Fotografia gentilmente cedida por Raíssa Medeiros |
sexta-feira, 17 de maio de 2013
PARA O DIA EM QUE NOS VIMOS
Desfolhar-se é natural, mas há uma gente que parece ter se robotizado, anda por aí gritando que tudo é felicidade e festa... ou finge ou foge, não sei.
Sorrisos plastificados, sempre os mesmos, lembram-me o Coringa, inimigo do Batman.
Desfolhei-me, mas, passado o tempo, tudo se refez, lentamente, e varridas pelos ventos foram as antigas folhas, engolidas pelo eco que gritava meu nome. As novas, a mim não foi dado o dia de seus nascimentos, exceto uma, aquela que nasceu, ingênua, no dia em que lhe estendi a mão e perguntei "como vai você?".
Repara, o eco agora engole nós dois, espera absoluto por nosso silêncio.
Haveria de ser festa, foi silêncio de monastério.
Haveria de ser rápido, se fez em mês.
Não preciso mais sorrir, falar, insistir, fingir, devorá-lo. O antigo mundo arruinou-se só para esperar por nós.
Por Suzana Guimarães