Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



domingo, 1 de dezembro de 2013

PARALISIA


by Suzana Guimarães




Sentados, estáticos.

Passou uma fila de formigas, ordeiro exército, elas derrubaram o açucareiro. Os olhos arregalaram-se. 

Um-quarto do meu corpo paralisou.

Passou um esquilo na janela, um galho de árvore dobrou-se seco e caiu... os olhos arregalaram-se. 

Mais dois-quartos...

Vento passou pelas frestas nas juntas das janelas, o cupim arrotou.

Meu corpo todo gelou, estarrecido

Vi então um enorme elefante atravessando a loja de cristais.




E eles, parados, com os olhos arregalados.


Por Suzana Guimarães