Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Eu disse que gostava de diários?

Ele me deu uma carona de moto. Fiz onda para subir nela - eu, cavaleira por alguns anos da minha vida. Ele olhou-me como se eu fosse uma imbecil. Por dentro, eu ria. Ele não teve coragem de diminuir-me com algum comentário, como sempre o vi fazendo, com as mulheres. Ele teve que engolir o que pensava. Subi. Na hora de descer, retomei o charme ou desgraça, pouco me importa. O que me importa é a minha diversão, mesmo que rápida, mesmo que entre lágrimas, mesmo que minha vida esteja uma desgraça. Pelas costas dele senti a sua falta de paciência. Explicou. Eu ri, levantei bem a perna e saí, só para fazer charme, mas dessa vez, foi para os caras do estacionamento que me engoliam com os olhos.

Agosto, esqueci o dia.

Suzana Guimarães