sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
DOCE HOMEM ( VII )
Ficarei. Para sempre estarei, bem próxima, a um passo para dentro ou em ti, para que você viva e siga, mas eu estarei. Longe, me perdi, me vi desinfeliz, esforcei-me, afastei tua imagem, para andar perdida e fraca.
Brada coisa louca em meu peito, clama por tua cor e teu olhar sem pudor, escancarados olhos a me engolir... brada cousa louca, sou bicho correndo solto pelos campos, a caminho de você. Ao teu lado, tenho sorte e riso solto, tenho gozo e norte.
Nunca mais partirei. Estarei dentro de ti, no mais escondido, onde ninguém alcança. Respiro melhor no toque do seu olhar, homem compacto, homem que me cura e me enleva, que me enxerga muito além do que eu possa saber, faz riso em minha boca, um convite mudo e secreto que eu ao redor de ti dance a mais eterna das melodias, a mais brava de todas as lutas, doce homem que ri do leão que habita em mim, eternidade é a tua casa.
Demorei tanto para encontrá-lo, centena de suspiros e tropeços, demorei o tempo dos enfermos, os minutos lentos dos que sabem que vão morrer.
Quando eu morrer, abraça teu próprio peito, pois, eu dentro dele, estarei.
Amém.
Por Suzana Guimarães