Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



sábado, 26 de janeiro de 2013

DOCE HOMEM (VI)

(Imagem retirada da Internet)


Palpita a fibra que desliza no vão das minhas pernas, cobertas por teu corpo em chumbo, ah, granita cada feixe, cada músculo, sorri saudosa minha pele desbotada de ti. É tarde cinza, é noite nula nesta tua gula, manhã de febre, palpita, atiça, facilita, vai, facilita doce homem...

Porque sou lamento só, ruína de meus desejos...

A morte que almejo mora neste teu corpo que me lembra madrugada, gargalhadas, leves sonatas, uma aldeia em Praga. Nesse teu corpo queimado, quero a minha marca, um dos meus lábios, meu cheiro, teus olhos fáceis, descendo, subindo, galgando...teus olhos fincados nos meus, lendo a história do caminho do gozo e da fascinação.

Não respire, não respire, alcance a morte comigo, grite comigo, morra em mim.


 "We will die"