(arquivo pessoal Suzana Guimarães) |
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Claro como um dia
Eu vi um lago em um dia claro e vi o mundo que o circundava. Vi aves altíssimas, formosas e claras, assim como era a vida que eu sempre via... Eu vi as areias macias e pegadas antigas, onde brilhava a luz do sol abrangente, ardoroso, assim como era meu olhar por sobre a vida. Aquosa. Audaciosa.
Eu vi um homem parado que admirava o lago, o mundo, as aves altíssimas enquanto rolava nos dedos as areias macias, quase virgens, quase claras, alheias aos passos mal dados...
Eu vi um lago ou um homem em um dia claro?
De fato, eu nada via pois manhosa era a minha vida, saudosa de qualquer prévia partida.
O que o homem não via era o lago que de mim se emergia noutros lagos, rápidos atrás da desembocadura...
Onde nunca voou ave alguma.
Por Suzana Guimarães
sábado, 26 de dezembro de 2015
Geografia de mim
E foram surgindo caminhos estreitos, obscuros, estranhos; becos sem aparentes saídas, vielas sem luz... às vezes, pátios ensolarados onde sempre cantou uma única ave que carinhosamente chamava-me de bem... e também momentos de voos, asas abertas, coração acelerado em direção ao alto; comunhão com os astros... e foram surgindo dúvidas sobre mim, crescendo mudanças rápidas em meus movimentos (num corpo embora cansado e velho), e todos foram se perdendo daquilo que seria a verdade...
Porque hoje sou objeto metamorfoseado.
E foram tantas as mãos que moldaram esta para mim carcaça que por pouco, muito pouco, eu não saberia mais o correto endereço.
Por Suzana Guimarães
Para Cilnéia Felippe
Para Cilnéia Felippe
domingo, 13 de dezembro de 2015
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