Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



terça-feira, 18 de outubro de 2016

O universo, ele e eu.


Ele disse, "O universo natural é escuro e frio." 

Sim, escuro e frio, pensei, desliguei o carro e sorvi a imagem que se formou, então, respondi internamente...

é escuro e frio, mas há silêncio e luz; há som quando se passa por elas...

por elas, todas elas que você nem imagina, as estrelas...

de onde sai a mudez do verdadeiro silêncio, de onde não se ouve voz humana, pobre e triste voz, sozinha e sem par.



Por Suzana Guimarães

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Porque sempre haverá outono...



​As ruas frias, o sol quase fraco, as folhas quase ao chão.
Tudo é você.
O barulho que a máquina faz ao ligar, pela manhã, e o sino da igreja chamando para a missa.
As árvores mais apressadas, já nuas, me lembram você...
Tudo hoje cedo era você, insistente pincelada de cinza num chão desmaiado de histórias que nunca viveremos.



Suzana Guimarães​​

domingo, 9 de outubro de 2016

Um poema de Mário Quintana


"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas

que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo

um carinho no momento preciso

o folhear de um livro de poemas

o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."



Mário Quintana

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O sentido da existência



(fotografia scg)


Pesou o passar daquelas horas. O relógio à frente, na parede, ajudava. Pesou o corpo que se entregou dobrado. Ficou assim, dobrada em dois, sentada na cadeira dura e inerte. Sentiu vazio enorme e um clarão: a existência é sem sentido enquanto se embala na certeza contrária... 

porque tudo acontece como que maestrado no final de tudo, mas no correr das horas parece vago e sem cor. 

​Podia ficar ali para sempre. Ou morrer ali daquilo tudo que era o nada a subir pelas pernas.

Curvada, olhou essa coisa alguma galgando dos dedos dos pés aos joelhos... nada fazia sentido, coisa alguma, gente nenhuma.

Foi então que neste desejo de morte, ouviu chamarem seu nome.



Suzana Guimarães


_ era 5 de julho.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

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