Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

E SE...

  
E se eu lhe dissesse que fiquei mais forte, mais bela e singela? E se eu lhe dissesse que os dias se tornaram rasteiros ou lentos, no compasso de nossos passos? Que meus passos espreitam os teus, que meus braços pedem os teus? E se eu lhe dissesse que toda a verdade solta à pele, que falo e de minha boca cai líquido desejo?... porque há em ti um vento frio que me acolhe e me chama e me diz que o sol que arde lá fora é momentâneo e só nós eternos, desde que, veja bem, desde que meu corpo esteja próximo ao teu e eu entendo que existe, sim, existem oásis de verdade, um deles és tu.

E se eu lhe dissesse que não somos dois, somos um?

por Suzana Guimarães



Nota: texto anteriormente publicado em 'O Medo de Suzana', em 29 de setembro de 2012.