Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

EM ÁGUAS




Embalsamada minha alma...
Tranquei-me em luto branco
Fechei boca,
Ouvidos...
Entrefechei os olhos.
Os ventos secaram as lágrimas
O tempo ganhou


Fui para a praia
Areias brancas
Palmas brancas
Mar branco, céu branco, eu, um conjunto.


Atirei-me ao mar
Misturei-me às espumas
Entreguei-me às ondas


Sou silêncio.
O grito morreu faz tempo na garganta trancada.


Sou um som antigo...
Embala-me, mãe, embala-me.



Por Suzana Guimarães