domingo, 3 de dezembro de 2017
Dédalo, por Dário B.
DÉDALO
Te procuro à noite nos labirintos dentro de mim. Desfilam nos meus olhos fechados todos os lugares do mundo. E todo o mundo beija-se na minh’alma. Os mentirosos vêm me confessar os seus segredos, os desprezados deitam-se à minha sombra. Depositam a meus pés o cansaço do dia os trabalhadores, os limpos ajeitam o laço da gravata ao olhar para mim. Vago por Cardiff, São Paulo, Amsterdam, sem sair do meu quarto, e me sinto em casa em qualquer lugar. Bailam nas minhas retinas os astros, e partícula infinitesimal que sou, nado no Mar da Tranquilidade, beijo a túnica de Vênus e desafio Marte para uma batalha sem me levantar da cama. Minha mão encostada na fronte me faz sentir pena, ódio, calma, alegria, inveja, sossego, ressentimento, rufião que fui dos sentimentos. Dou a mão aos heróis, sorrio com os vencedores e confraternizo com os fracos. Toco fitas e rendas, mergulho em lírios e amores perfeitos, busco teus cabelos e eles não estão aqui. Resta-me o sonho, desvelo para mim que amo, consolo fugaz que te traz até mim.
- (Dário B.)
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Obrigado pelo carinho, Suzana. Eu sabia que se me juntasse aos bons, seria um deles. Já cheguei aqui :)
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