Hoje, eu quis tocar a noite
por breves segundos
ninguém viu, ninguém soube
Só você que me lê, agora.
Eu quis tocar a noite,
falar para ela tudo o que eu poderia
Em total mudez,
em total nudez.
Ser dela...
Ser o campo para o seu orvalho,
ser por ela, possuída...
vagarosamente, mas de forma eterna.
Antes que o amanhecer viesse e me levasse
Com suas regras preestabelecidas, com sua cara dura, quase sempre mal amanhecida.
Envaidecida, me deitaria em forma de flor que desabrocha,
Que nunca desabrochou.
Ela não sabe, a noite, mas eu sempre fui dela.
Por Suzana Guimarães