Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



domingo, 20 de março de 2011

SOU TEU HOMEM


Um texto feito em parceria, Luana Santana & Suzana Guimarães


"Ah, minha menina o que iriei te dizer?


Quanto tu choras em meus ombros, aflita de outro homem...


e eu aqui meu amor, aflito de você.


Minha mulher, se um dia fores "minha" te chamarei de "minha" mulher,


Por vezes, lhe chamo pelo nome, quando estou inquieto, pois eu te quero!


Noutras, lhe chamo de menina, quando você sorri escondido atrás de uma fruta


Em pleno carnaval, numa feira de sábado de manhã... E nós dois perdidos pela cidade e eu perdido em meus delírios ao beber teu riso.


Nas madrugadas, enquanto você dorme, te vejo sonhar, te guio pela noite, quero te desvendar...


Quero saber o sabor da tua boca e entre tuas pernas dançar.


Dar-te-ia menina um sonho bom, e para a mulher que habita em você, nas noites de calor e frio, um vestido, rasgaria sim o seu vestido, raparia sim você em mim... num último suspiro apertado em seu pescoço.


Mas você dorme... alço a alça do teu vestido, aflito olho e a ela lanço um único olhar, pois eu a queria nua, te queria crua. E em prelúdio surdo e mudo, miro tua boca ligeiramente aberta, penso em alcançá-la.


Mas me seguro, guardo o homem em mim que tanto te quer mulher - minha mulher! - te deixo dormindo, sonhando... Vou acordado chorando."
 
                                          
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