Entreguei-lhe um anel
você o deu à outra
Besuntei-me de odor
você cheirou e levou para ela
Enviei-lhe a minha camisola de dormir
você forçou a entrada no corpo dela
Postei-me diante de você
Você tentou arrancar o fluido cintilante que dança à minha volta
para enfiar no corpo dela
Você me quis, no corpo dela
Mas, eu sou procissão de fé
Sou corte que não se transmuta em cicatriz
Sou pele que não guarda digital
Sou rio sem volta
Sou o ontem dentro do hoje
Sou o amor de quem me quiser amar.
Por Suzana Guimarães