Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

NOJO



Todos se calaram.
Perderam a festa?
O que realmente viram pela fresta?
Cadê a pedra que rolou?
A vida que girou...
Por que perderam a graça?
Por que você perdeu a graça?

Por que teu medo segura teu calcanhar
a cada passo, a cada ensaio
no teu palco de palhoça?


Trapezistas de palavras, gente comedora de verve alheia.


Por que todos se calaram?
Você ganhou aquela guerra?
Por que você não lustra mais tuas garras fracas, repõe tua munição?
Por que você perdeu a fala?

Porque você não estava na praça.
Porque vocês vivem feito traças
finas, rápidas nas palavras, e vazias debaixo de mão pesada.


Dispenso tuas falsas profundezas...

Por Suzana Guimarães