terça-feira, 5 de abril de 2011
DOCE HOMEM
Doce homem de veste rota, cabelo grosso, que me deixa louca. Doce homem duro, rude, amargo, que me invade inteira, enrosca e se encosta e me toca com mãos de nuvem. Doce homem, corpo
cavernoso, de riso libidinoso. Doce homem intransponível que transponho com flor em punho. Doce
homem sem odor que cruza em mim praças de tribos indígenas e faz em mim campo de lutas longínquas
e que me deixa à míngua, e que me deixa em palavra nula, nua, em delírios por sob língua, por sob
pelos, por sobre devaneios, que parece me fazer um favor, um fervor da mais insana reza... vem, sem pressa e me refaça, me desgasta, me amassa e subtraia, vem, e me faça da planta, muda.