segunda-feira, 16 de maio de 2011
DOCE HOMEM (II)
Doce homem doce, caramelado, mel bronzeado, olho e gosto e sempre provo. Tu me lembras canela queimada, sou tua amada e me rio da tua passada. Homem doce, vem você de novo, debaixo de meus mormaços, vem para os meus braços, encalorados, vem em pluma, na beirada da praia em noite sem Lua. Homem doce, de riso solto, que me prende e me deixa afoita e que toca e me deixa sem rota... Desejos rubros, te olho nos olhos, encontro em rumo esculpido desejo, gosto sim deste teu jeito jocoso de quem goza e me olha e me sufoca e me deixa cristalizada... de tão eternizada neste teu balanço, nestes teus braços que me prendem nesta pele queimada da costa, sem desenho, sem cheiro, pura mistura, eu me abro, me fecho, te prendo, já conheço teu espaço, de cima a baixo. Vem você de novo e me pega de jeito, me põe no teu peito, ri do meu rosto em gozo, diz palavras roucas, profanas, adorna as brancas, aquelas que deixei vazar no vão dos olhos, quando tu passavas por mim e em mim deixavas...
aquele doce caramelo de mel, lambuzado de desejo de mim.
por Suzana Guimarães