Ilustração por

Sobre contos e pespontos

Entre um conto e outro, alguns pespontos. Preciso dos pespontos para manter o principal equilibrado e firme. Preciso todo o tempo... Aprendi a pespontar quando a minha mãe me ensinou a fazer flores. Não, não se aprende a pespontar quando se faz flores. Essas apenas me lembram a minha mãe que me ensinou a pespontar os arranjos que a vida nos dá.



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

COMPOTA DE FRUTA, COMPOTA DE AMOR


                                                                   por Suzana Guimarães

Deve ser mal de família.
Meu irmão sempre gostou de compotas
De manga, pêssego, goiaba...
Eu sempre comi a cor
Amarelo vivo, laranja terra.
Gosto doce,
Nunca me agradou.

Deve ser mal de família,
Minha mãe, tão doce
Meu pai, tão limão.
Precisava do meu pai para ser doce,
Mas ser limão,
Não é de todo ruim
Faz a gente, pelo menos,
Aprender a fazer compotas

Compotas de amor.

A gente pega pedaços da fruta
Tão tenras, tão cor
Bota tudo na compota
Aperta bem, espreme,
Depois, lacra.

Deve ser mal de família,

Aprendi a fazer arte.
A gente pega a compota
Já tão lotada e lacrada
E enfeita com um paninho colorido
Bem em cima, na tampa.
Dá um lacinho com fita vermelha
E guarda.