terça-feira, 10 de agosto de 2010
A NOSSA CASA, VOCÊ E EU
Suzana Guimarães
Agora é apenas a casa e eu.
Nada estranho, meu ninho sempre foi em mim mesma...
Ando deslizando, feito a bailarina do lago
Procuro não fazer barulho
Para que eu mesma não me perceba.
Agora é tudo como você quer.
Queimei a foto,
A flor ficou sem água.
Encolho-me igual sempre no sofá.
Você não anda pela casa, agora não somos nós...
Agora, a casa e eu, apenas
Mas dia passado, você tocou meus cabelos
Virei para ver quem era
Eu sabia que era você e
Na segunda vez, nem olhei
Mas nas duas vezes, passei a mão, refiz o gesto
Senti o peso ainda do seu toque.
Ouço suas músicas,
Nunca mais li seus livros.
E, deitada no sofá, eu teço a rede
Para nela mais tarde eu balançar.
Já não me assusto mais com a sua ausência
- você nem conseguiu partir -
Agora é tudo como você quer.
Mas agora é apenas a casa e eu...
Tudo se desfez porque o encanto chega num segundo, o amor em dois
A confiança nasce após um longo tempo que não se pode contar, mas que morre antes dos outros dois, muito antes.
Se eu me trancasse um pouco mais
Iria ouvir a sua voz
Mas agora é tudo como você quer
A sua voz, eu a ouço nas suas músicas
Na casa onde há somente eu.
13 comentários:
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Existem textos que são escritos para serem lidos e apreciados em silêncio, para sentir a magia do momento. E as suas palavras pediram o meu silêncio!!
ResponderExcluirBelo demais!!!
beijos minha querida!!^^
LilySu,
ResponderExcluirSuas palavras são doce brinquedo neste jogo lúbrico. Só poesia, só poesia e vida.
BeijooO*
Ahhh Suzana, Suzana...
ResponderExcluirAgora é apenas a casa e eu..
Nada estranho, meu ninho sempre foi em mim mesma...
De onde vem tudo isso, me diz??
Você sim, sabe tocar a minha alma, com palavras, que me parecem as vezes tão minhas.
Tão bom te ver aqui, ativa, escrevendo.
Essa é a Suzana que eu conheço!
Super abraço de bom diaaaaaaaaa!
Suuuuuuzanaaaaa!
ResponderExcluirSabe quando, mas quando eu vou te fazer alguma ameaça?
Tipo, aquela que vc me disse? NUNCAAAA!
Sabe porque?
Porque você não entrou na minha vida Suzana.
Entrou, porque eu abri as portas.
Da casa, da alma, da vida.
As pessoas só entram na vida da gente, quando a gente permite.
Eu funciono assim.
Por isso, te disse num outro coments, pra você nem pensarrrrrrrr em se afastar de mim rs.
Te confesso (ia te dizer um dia isso), que muitas vezes via comentários seus, e pensava:
Ela parece que tem uma armadura. Que se defende da vida, das pessoas.
Te juro que pensava assim.
Ai, um dia, eu fiz uma reflexão da minha vida.
Pensei assim: O que eu sei da vida dela? Das dores dela? Do que ela já enfrentou, já sofreu, já passou?
E vi (E revi) todas as minhas dores.
Tudo o que eu já enfrentei e as vezes enfrento na vida, com as unhas.
E quis me aproximar de você.
Aquela identificação, sei lá.
Assim, você entrou na minha vida, nas minhas amizades.
Poucas, mas tão valiosas Suzana.
Não sabe quanto eu prezo cada momento com meus amigos.
Você me é uma pessoa muito especial.
Não adianta, a gente bate o olho numa pessoa (foto), e vê a aura dela, a luz.
Eu vi a sua.
Menina, e como é bonita!
É isso.
Eu gosto da sua amizade, eu gosto de você, gosto do seu jeito, e respeito, admiro aquilo que você é. Sem tirar, nem por.
Um abraço imensooooooooooo meu!!!!
A solidão nos faz viajar em nossos pensamentos, e eleva as mil e uma lembranças e remete a incriveis flashes passados em nossas vidas.
ResponderExcluirÉ sempre bom estar consigo mesmo, por um período do dia dia.
Abraço
Tem algo melhor do que a nossa casa, nosso cantinho? Tem algo melhor do que a nossa casa interior, nos amar? Tem algo melhor do que compartilhar essas casas com outro ser?... Ando tão quietinho e tão sozinho, na minha casa todos os dias e noites: tomando chá, ouvindo música, visitando os amigos virtuais, lendo (comprei 'os catadores de conchas' pela net, deve chegar essa semana), escrevendo...
ResponderExcluirsentado na porta da minha casa (a real e a ficticia), a msm e única casa, a casa onde eu sempre morei! Bjs! Que bom ter vc de volta com toda essa poesia!
Lily, fiquei muito envaidecida com seu comentário.
ResponderExcluirFeliz por vc existir agora em minha vida, mesmo que seja virtual.
BeijooOs
Su
ResponderExcluirque delicia de texto..
"A confiança, após um longo tempo que não se pode contar, mas que morre antes dos outros dois, muito antes."
Confesso que fiquei com um aperto no peito...(rs)
BEijos na Alma
>>Dani
Muito bom, Suzana!
ResponderExcluirVocê tem um ritmo danado.E construções elaboradas que soam simples. Coisa de quem lê de tudo: poesia, conto, romance, noticiário, classificados, manual de instruções, bula de remédio, mãos...
Bjs
Suas frases, cada uma delas, é um pequeno poema.
ResponderExcluirGosto de ler o que escreve. Fala de coisas comuns a nós, por isso me identifico.
Grande abraço
Arranquei finalmente o bilhete da minha geladeira que dizia: "Vá visitar Suzana". Cá estou...
ResponderExcluirPoema bem sinestésico, como outros seus que tive oportunidade de ler...
Adoro as partes de seus textos onde descreve algum movimento que parece tão banal, mas que representa tanta coisa (lembra das chaves que passaram pela mão daquela personagem?). Desta vez me impressionei com as mãos sobre o cabelo.
Quando leio isto me identifico, porque eu também muitas vezes mergulho fundo no significado de pequenos gestos, imagens, sons e cheiros. Sem falar nas palavras, sonoras ou impressas...
Colocarei o bilhete de volta na geladeira, porque é uma necessidade minha mesmo de ter algo que me lembre que é preciso abrir a janela e se movimentar.
Ah eu vou me visitar!
ResponderExcluirAbraços.
Obrigada pelas visitas afetuosas...
apareça sempre no nosso espaço.
Poetíssima#
Suzana,
ResponderExcluirfiquei imensamente feliz eu ler-te por lá.
Obgada por fazer-te presente em minha vida com tuas delicadas palavras. Talvez não seja eu doce, e sim tu de uma grande sensibilidade.
Espero que essa joaninha sempre voe ao teu encontro.
Beijo